(A)Eles não sabem que o D sonho é uma constante da F#7 vida tão concreta e definida G como outra coisa qualquer A como esta pedra cinzenta em que me sento e descanso como este ribeiro manso em serenos sobressaltos como estes pinheiros altos que em verde e oiro se agitam como estas árvores que gritam em bebedeiras de azul eles não sabem que sonho é vinho, é espuma, é fermento bichinho alacre e sedento de focinho pontiagudo que fuça através de tudo Em A7 no perpétuo movimento D Eles não sabem que o sonho é tela é cor é pincel base, fuste ou capitel arco em ogiva, vitral Pináculo de catedral contraponto, sinfonia máscara grega, magia que é retorta de alquimista mapa do mundo distante Rosa dos Ventos Infante caravela quinhentista que é cabo da Boa-Esperança Ouro, canela, marfim florete de espadachim bastidor, passo de dança Columbina e Arlequim passarola voadora pára-raios, locomotiva barco de proa festiva alto-forno, geradora cisão do átomo, radar ultra-som, televisão desembarque em foguetão na superfície lunar Eles não sabem nem sonham que o sonho comanda a vida e que sempre que o homem sonha o mundo pula e avança como bola colorida entre as mãos duma criança
Enviado por: Canandro Meireles
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